Em formato on-line, festival Londrix 2021 debate literatura e educação

Programação do 16º Festival Literário de Londrina traz nomes como Ale Santos, Fal Azevedo e Lilia Schwarcz
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Logo do Festival Londrix 2021

Celebrado escritor brasileiro, o paulista Ale Santos fará a conferência inicial do Festival Literário de Londrina – Londrix, cuja programação começa nesta segunda (8) e prossegue até dia 22 de março. A edição 2021 do Londrix terá como tema “Literatura e Educação”. Santos vai falar sobre “Páginas brancas, apagamentos negros: vozes e silêncios na literatura brasileira”, em que abordará os processos de invisibilidades literárias da população negra, além de relatar sua trajetória como autor no mercado editorial brasileiro.  O debate começa às 19 horas e pode ser acompanhado online. Toda a programação de mesas redondas, palestras e debates ocorre nos canais do festival no Youtube e no Facebook

“Por causa da Covid-19, tivemos infelizmente que nos distanciar, nos abster do contato presencial com o público. Nesta edição, as palestras e debates serão realizados virtualmente tendo, como sempre, importantes convidados”, afirma Chris Vianna, diretora e idealizadora do Londrix.

A programação do primeiro dia do Londrix 2021, data em que se reverencia o Dia Internacional da Mulher, contempla a exibição do documentário inédito “Como cheguei até aqui”, curta-metragem dirigido por Celina Becker. O filme é baseado na peça homônima, escrita por Marina Stuchi, e mostra bastidores, inspirações e depoimentos relacionados ao tema violência contra mulher. As atividades acontecem a partir das 20 horas.

Literatura e educação

O tema “Literatura e Educação” será o norte das mesas redondas, palestras, conferências e debates, que integram a programação do 16º Festival Literário de Londrina. O assunto veio à tona após a curadoria analisar a enriquecedora participação de educadores e alunos, no Londrix 2019.

O que até então era evidente, embora tratada discretamente, a relação ampla entre Literatura e Educação ganhou destaque no Londrix 2021. Uma das propostas: que o texto literário emancipe o leitor e, com isso, o prepare para o debate sobre conflitos e situações diversas do cotidiano. Da vida.

Que a relação entre Literatura e Educação, através de pensamento crítico, ultrapasse os muros e portões escolares. “A literatura exerce o poder de revelação e percepção. É nela que se atinge uma liberação do saber da vida. A literatura constrói espaços diversos dos que predominam nos discursos dominantes”, analisa Chris Vianna, diretora do festival.

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Ale Santos, escritor, na programação do Festival – Foto: divulgação

Alguns destaques 

A programação do Londrix 2021 terá a participação de nomes expressivos da literatura local e nacional. E também internacional, no caso a escritora e jornalista espanhola Nuria Barrios. A conferência “Conexão Madri-Londrina: diálogos entre literatura e filosofia” será no dia 19, às 19 horas.

Outros destaques do festival: o brasileiro Julián Fuks (terça, dia 10, às 19 horas) que irá discorrer “Aprendizados sobre estética e política”; Jussara Salazar (dia 17, às 19 horas) abordando “Feminicídio: a sombra, o canto e a luz”; Fal Azevedo (dia 11, às 19 horas), sobre “A criatividade é um talento nato?”; e Anderson França (dia 13 às 19 horas), com “O Brasil da intolerância”. 

Uma das participantes mais aguardadas é a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz. Ela irá expor “Lima Barreto: o reconhecimento póstumo de um autor subjugado”, no dia 22 de março, às 19 horas.

Veja abaixo a programação completa do Londrix 2021:

08.03

  • 18h30
  • Abertura Oficial com Bernardo Pellegrini (músico, compositor, Secretário de Cultura e Chris Vianna (diretora do Londrix, vocalista da Banda Benditos Energúmenos, atriz, professora)
  • 19 horas 
  • Ale Santos: “Páginas brancas, apagamentos negros: vozes e silêncios na literatura brasileira”.
  • O premiado escritor e designer de gamificação, Ale Santos, discute processos de invisibilidades literárias da população negra, histórias de resistência praticamente desconhecidas do grande público, afrofuturismo e sua própria trajetória como autor negro no mercado editorial brasileiro.
  • 20 horas
  • Exibição do Documentário inédito “Como cheguei até aqui”, direção Celina Becker. Fruto da peça homônima de Marina Stuchi. O filme mostra os bastidores, inspirações e depoimentos relacionados à violência contra mulher. 

09.03

  • 19 horas
  • “Um dedo de prosa” com Augusto Silva, Felipe Pauluk e Leandro Benevides. 
  • Os autores falam sobre temas pertinentes à literatura na formação de alunos do Ensino Médio
  • Mediação: Mário Fragoso
  • 19h45
  • Herman Schmitz aborda “A ficção científica no ensino de Ciências”.
  • O escritor Herman Schmitz discorre sobre como utilizar a literatura de ficção científica como ferramenta pedagógica no ensino de Física, Biologia, Cibernética e Ciências Sociais.

10.03

  • 19h45
  • Guilherme Lima: “Experimentação na Literatura: Rupturas de Fronteiras”
  • O artista plástico Guilherme Lima discorre sobre as confluências da literatura e das artes contemporâneas na obra de Lourenço Mutarelli, Valêncio Xavier e Verônica Stigger.

11.03

  • 19 horas
  • Fal Azevedo: “A criatividade é um talento nato?”
  • Fal Azevedo tem sete livros publicados, tradução de mais de duzentas obras. Atua como professora há quase três décadas e mantém um blog prestes a completar 20 anos, um feito raro no universo digital. A escritora irá falar da preparação para quem quer ingressar na literatura e os caminhos para o desenvolvimento de um estilo próprio.
  • 19h45
  • Camila Mossi: “O Ensino da Literatura na BNCC
  • A pesquisadora Camila Mossi revela as disparidades entre os temas de tecnologia e de literatura no ensino implementado pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC) em 2018.
  • Mediadora: Amanda Damásio

12.03

  • 19 Horas
  • “Um dedo de prosa” com Marcia Paganini Cavéquia e Vizette Priscila Seidel. Ambas conversam sobre temas pertinentes à literatura para formação do aluno de Ensino Médio.
  • 19h45
  • Vozes Literárias de Londrina: Amanda Damásio, Camila Mossi, Eduardo Baccarin, Renato Forin Jr. e Samantha Abreu 
  • Cinco autores londrinenses vencedores do prêmio literário “Outras Palavras”, promovido pela Secretaria de Cultura do Paraná, falam de suas obras e as particularidades da literatura produzida em Londrina.

13.03

  • 19 horas
  • Anderson França: “O Brasil da intolerância”  
  • Quando foi convidado para participar da Feira Literária Internacional de Paraty para falar de seu primeiro livro, “Rio em Shamas”, indicado para o prêmio Jabuti, Anderson França soube que sua cabeça fora posta a prêmio. Ele teve que deixar o Brasil às pressas, sob a intimidação de milícias. Do seu exílio lusitano, ele fala ao Londrix sobre literatura e violência policial, lixamentos virtuais, patrulhas religiosas e política bolsonarista. 
  • 19h45
  • Jackie Rodrigues: “Os setes os pecados capitais unificados”
  • A fala da artista Jackie Rodrigues coloca numa única pessoa os sete pecados: uma mulher, negra, pobre, gorda, lésbica e idosa. Todas as minorias unificadas em luta, consciência e superação.

14.03

  • 19 horas
  • Marina Stuchi, Celina Becker e Camila Taari: “Como cheguei até aqui”
  • Artistas de diferentes áreas se reuniram para produzir um documentário sobre violência de gênero. E colocam em debate: afinal, o que nos une como mulheres? O projeto nasceu da pesquisa de doutorado de Marina Stuchi.

15.03

  • 19 horas
  • Maíra Oliveira Ruggi: “A educação como caminho para o desenvolvimento sustentável”
  • Sabemos que a educação deve passar por uma transformação profunda nos próximos anos, para se adequar às novas demandas sociais. Para isso, a transformação do modo de aprender passa pela inclusão de conteúdo para abranger situações não só profissionais, mas também de convivência em sociedade. O Reverbera defende que os ODS sejam transversais ao currículo escolar, que sejam somadas discussões sobre ética, cidadania, questões emocionais, de respeito, diversidade e convivência.
  • Mediadora: Iasmin Mendes
  • 19h45 
  • Juliana Barbosa: “A Literatura Cai no Samba”
  • A partir de suas experiências, a pesquisadora Juliana Barbosa fala sobre como a literatura brasileira está presente no samba e como o samba também é literatura.

16.03

  • 19 horas
  • Layse Barnabé de Moraes: “Literatura como Travessia: Educar, Humanizar e Curar”
  • Layse Barnabé de Moraes propõe olhar a literatura como um território de afeto. Converter a escuta de si mesmo em experiência com a palavra. Uma conversa sobre educar o olhar e humanizar vivências. 
  • Mediadora: Marcia Sel
  • 19h45
  • Valdir Grandini: “Literatura, Ciência e Aprendizado em Brecht”
  • Valdir Grandini propõe uma conversa sobre várias áreas de criação do poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht. A literatura, a educação e o processo de aprendizado como elemento estético. 

17.03

  • 19 horas
  • Jussara Salazar: “Feminicídio: a sombra, o canto e a luz”
  • A poeta Jussara Salazar tratará de seu livro de poesia “O dia em que fui Santa Joana dos Matadouros”, no qual expõe o ‘modus operandi’ da violência contra a mulher. A obra é baseada em histórias verídicas de feminicídios no Brasil, crimes cometidos contra mulheres comuns como Zia, Maria Bueno e Beatriz.
  • 19h45
  • Pedro Antonio Caldeira: “João Antonio: Literatura e Urbanidade”
  • Seguindo a trilha percorrida pelo escritor João Antônio pelas ruas de Londrina na década de 1970, Pedro Antonio Caldeira conversa sobre como espaços urbanos e figuras humanas são transformadas em literatura.

18.03

  • Carlos Fortes, Luiz Carlos Simon e Akira Demenech: “Literatura no Vestibular: Leitura e Educação”
  • Os professores Luiz Carlos Simon, Carlos Fofaun e o estudante Akira Demenech discutem o papel da leitura obrigatória nos vestibulares e sobre o processo de escolhas das obras e o ensino de literatura.
  • Mediadora: Marina Stuchi

19.03

  • 19 horas
  • Nuria Barrios: “Conexão Madri-Londrina: diálogos entre literatura e filosofia”
  • Os oito livros publicados da autora madrilena Nuria Barrios deixam claro que literatura e filosofia formam uma dupla difícil de se esquecer. Doutora em Filosofia, Barrios comenta, diretamente do continente europeu, sua trajetória na literatura e discute como a ficção pode encarnar os grandes debates de ideias da atualidade.   
  • Mediador: Alexandre Furtado
  • 19h45
  • “Formação de Leitores” 
  • Aliny Perrota (Apoio Pedagógico de Língua portuguesa da Secretaria Municipal (SME) de Educação/Prefeitura do Município de Londrina) e Rovilson da Silva (professor do Departamento de Educação da UEL; criador do Projeto Palavras Andantes da SME/Londrina; e vencedor do Prêmio Viva Leitura 2008) conversam sobre a importância das políticas públicas de incentivo à leitura e das experiências na formação de leitores.

20.03

  • 19 horas
  • Julián Fuks: “Aprendizados sobre estética e política”
  • De que modo duas áreas aparentemente apartadas – a estética, o estudo do belo; e a política, o gerenciamento do bem comum – encontram-se na literatura? Como perceber esse entrelaçamento no Brasil contemporâneo? É o que busca responder Julián Fuks, um dos autores nacionais mais prestigiados da última década.
  • Mediação: Claudia Freitas e Frederico Fernandes

21.03

  • 19 horas
  • Sarau: “Prosa, poesia e outras delícias: Vozes que não calam”
  • Com Amanda Damásio, Aurea Leminski, Edra Moraes, Chris Vianna, Fernanda D´Umbra, Jussara Salazar, Luana Vignon, Marina Franco, Marina Stuchi, Patrícia Tenório, Samantha Abreu, entre outras.

22.03

  • 19 horas 
  • Lilia Schwarcz: “Lima Barreto: o reconhecimento póstumo de um autor subjugado”  
  • Sempre que se fala na intelectualidade brasileira atual, o nome dela é presença obrigatória. A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz discorre sobre Lima Barreto, comenta a biografia que escreveu sobre o escritor e analisa como a vida e obra de Barreto refletem um Brasil de devaneios e contrastes. 
  • Mediador: Frederico Fernandes
  • 19h45
  • Christine Vianna, Edra Moraes, Frederico Fernandes, Rogério Robalinho: “Festivais literários e bienais do Livro: esperanças e perspectivas”
  • Festivais existem desde a idade Antiga. No mundo contemporâneo, eles desempenham vários papeis socioculturais. O Londrix reúne produtores e um pesquisador da universidade para uma roda de conversa sobre o tema.