Fogo no parquinho: política & páprica

Política com páprica: governo Bolsonaro se desidratando, Moro julgado parcial, não tem Censo no Brasil e outros fatos da política na última semana

Ao longo dos últimos anos, o mandato do presidente Bolsonaro foi se desidratando como um pedaço de carne que passa do ponto ao fritar na frigideira. Aos poucos foi perdendo as gorduras como Weintraub, Moro, Osmar Terra, entre outros personagens. O mais recente a ser desidratado foi Pazuello. A bola da vez é Ernesto Araújo, que está com a cabeça a prêmio novamente, pronto para ser fritado.

O processo de desidratação desse governo não é à toa, é um movimento em prol da governabilidade que vem sendo difícil desde o primeiro dia em que Bolsonaro subiu a rampa do Planalto para governar o País. Segundo os bastidores, o presidente só está esperando a oportunidade certa para demitir Ernesto Araújo. De repente pode até melhorar as relações diplomáticas com países-chave como a China. Só não vale esperar muito, afinal, a chapa já está quente faz tempo.

Brevemente, o prato do dia será: ministro temperado com páprica. Espere e verá.

À margem do respeito

Quem também quer a cabeça de Ernesto Araújo é a Senadora Kátia Abreu, do Progressistas. Em nota divulgada à imprensa, ela disse que “o Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições”. Depois dessa, sendo o ministro, seria melhor cuspir e sair nadando.

Vacynadah

Dias depois de Lula ser vacinado contra a COVID-19, foi a vez de Dilma Rousseff receber a primeira dose. Em seu Twitter ela usou as hashtags #vacinaparatodos e #vacinaja, um movimento que vem recebendo o apoio de milhares de brasileiros e brasileiras.

Carmem Lúcia. Print do YouTube

Vira voto

A ministra Carmem Lúcia, do STF, virou o voto e, com isso, fez Justiça sobre os fatos: que Moro tinha sido parcial ao julgar Lula nas ações da Operação Lava Jato, todo brasileiro que raciocinar por uns cinco ou dez minutos já sabia. Mas estava faltando o Supremo dar a pá de cal no assunto. Demorou mas veio.

Danos morais

Outra que demorou mas veio foi a condenação de Bolsonaro por danos morais contra a jornalista Patrícia Campos, mais de um ano após ofendê-la com palavras de duplo sentido pelo exercício do seu trabalho jornalístico. A indenização foi fixada no valor de R$ 20 mil.

Machismo

Em fevereiro de 2020, ao se referir a uma reportagem que Patrícia Campos recebeu, Bolsonaro fez a declaração machista de que “ela queria dar o furo a qualquer preço, contra mim”, enfatizando o duplo sentido em sua fala.

Volta dinheiro

Na mesma semana que Moro foi julgado parcial no julgamento de Lula, o TJ-SP mandou a OAS devolver o dinheiro pago por Marisa Letícia para a cota de um apartamento no… Guarujá. Esse apartamento seria o então triplex que Lula nunca recebeu.

Só convicções

A cota foi comprada através da Bancoop, que nunca concluiu a obra e transferiu o empreendimento para a OAS. Por sua vez, a OAS exigiu a assinatura de um novo contrato, que Marisa Letícia nunca assinou. Ou seja, essa história de triplex do Lula sempre foi só “convicção” de Moro e Dallagnol.

Susana pediu demissão após corte de recursos. Foto: Acervo IBGE

Falta senso. Ou Censo

O bom-senso anda em falta no Brasil. E isso se aplica a diversas áreas. Com o corte de orçamento, por exemplo, o Censo 2021 está praticamente inviabilizado. Na prática, sem os dados que precisam ser levantados, o pós-pandemia terá políticas públicas de saúde elaboradas às escuras, sem dados para embasá-las.

É pessoal

O cenário é grave e custou mais uma cabeça no governo Bolsonaro, a da presidente do IBGE, Suzana Cordeiro Guerra, que, segundo consta, pediu demissão por “motivos pessoais”. Realmente, quando alguém corta a principal pesquisa da sua pasta, é pessoal mesmo.

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