Fogo no parquinho: política & chocolate & pimenta

Apesar do doce sabor dos ovos de Páscoa, a semana teve o amargo das mortes provocadas pela COVID-19. As estimativas da Fiocruz e diversos órgãos internacionais é que até julho o Brasil passe de 500 mil mortos pela pandemia. Meio milhão de pessoas na balança por decisões políticas erradas e falta de políticas públicas adequadas para a condução desse momento. Não está sendo fácil.

Enquanto isso, a queda de braço no STF para liberar ou não cultos presenciais, sob a justificativa de que não liberar as reuniões religiosas com pessoas pode ferir a liberdade de crença. Será mesmo que não é possível crer na segurança do lar? Esses e outros fatos da política na semana, com chocolate e pimenta.

Mão boba

A mão boba do deputado estadual de São Paulo Fernando Cury (Cidadania), custou a ele 180 dias sem mandato. Nesses seis meses, Fernando ficará sem salário e poderá refletir sobre as consequências de qualquer tipo de assédio. Afinal, se estivesse se aproximando de colega do gênero masculino, certamente o deputado não iria nem encoxando e nem apalpando outro nobre deputado. O deputado foi suspenso após assediar a deputada Isa Penna (PSOL) em sessão da Alesp.

Igualdade salarial

Um projeto de lei que estabelece multa a empresas que tenham diferença salarial entre homens e mulheres foi aprovado e agora segue à sanção. O projeto estabelece que a empresa que tiver esse tipo de tratamento diferente deverá pagar multa de até cinco vezes a diferença salarial. O responsável por sancionar é o presidente Bolsonaro, que em 2015 defendeu que mulher deveria ganhar salário menor porque engravida.

Golpe de 1964

Após o strike de ministros do governo Bolsonaro que derrubou inclusive o responsável pela pasta da Defesa Fernando Azevedo, eis que Braga Netto assume em seu lugar e, como um de seus primeiros atos, altera a ordem do dia sobre o golpe de 1964. Na publicação, divulgada na quarta-feira (31), o texto exalta “os acontecimentos de 57 anos atrás” como um motivo de “celebração”. Daqui pra frente, é só pra trás.

Falta de projeto

Em entrevista ao canal do YouTube do Portal Brasil 247, a ex-presidente Dilma Rousseff criticou a nota do general Braga Netto, recém-nomeado Ministro da Defesa, classificando-a como “sem imaginação”. Disse ela: “a nota do Braga Netto, ela pode tentar sinalizar algo para fora e algo para dentro das casernas, mas sobretudo demonstra a falta absoluta de projeto. Não é possível que 57 anos depois eles comemorarem essa data depois que o País passou por vários processos”.

Dilma critica nota de Braga Netto sobre golpe de 1964. Foto: print de vídeo

Falta de projeto II

Continua Dilma: “Não acredito que uma parte das Forças Armadas daquele período conseguisse entregar Alcântara para os americanos. Não acredito. E aqui, agora, eles entregam. Eles estão comemorando qual general? (…) estou comparando processos em relação ao desenvolvimento do País. O mais grave disso tudo é a ausência de projeto de Nação”, disse a ex-presidente.

Leia também: Lula volta ao jogo político; não esqueçamos do golpe machista contra Dilma

O mundo gira

Parece mentira, mas foi exatamente no dia 1º de abril que o ex-presidente Lula deu entrevista a Reinaldo Azevedo no seu programa O É da Coisa. Durante sua fala, Lula criticou a Lava Jato e demonstrou alívio pela decisão do STF sobre a suspeição do ex-Ministro Sérgio Moro. Em suas palavras: “Essa gente acredita que a Terra é plana. Eu acredito que a Terra é redonda e o mundo gira”.

Sem indícios

Lula no programa O É da Coisa. Foto: print de vídeo

Lula acrescentou que a verdade sobre sua inocência está vindo à tona. Disse ele: “Eu por exemplo, estou muito tranquilo porque a Lava-Jato saiu da minha vida. É o que eu queria desde 2016. A gente dizia que não tinha nenhum indício para me levar para Curitiba, mas era preciso me levar porque se eu não entrasse na Lava Jato não tinha valor a Lava Jato. Era preciso pegar o Lula, porque o objetivo era tirar o Lula das eleições”.

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