Fogo no parquinho: churrasco e fritada na política
Na semana do Dia do Trabalhador, o clima esquentou na política igual a um churrasco de domingo em um dia de verão. Só que o verão é igual à luz no fim do túnel da vacinação: só vai chegar no final do ano. Enquanto a França e outros países já anunciaram vacinas disponíveis a toda a população até o início do segundo semestre, no Brasil seguimos como a música, “com passos de formiga e sem vontade”.
A CPI da COVID já chegou como uma fritada, chamando todos os ex-ministros da saúde para depor e levantando mais de duzentas frases negacionistas do presidente Jair Bolsonaro, na tentativa de mostrar que o mandatário é alguém que não tem interesse real em acabar com a pandemia. Ninguém sabe o que vai acontecer nos próximos capítulos, mas quem sabe até o final do ano, como diz a canção, “vem chegando o verão, um calor no coração”.
Dia do trabalhador
No Dia do Trabalhador, apoiadores de Bolsonaro resolveram sair às ruas em todo o país para “autorizar o presidente”. Na última semana, a Justiça Federal de São Paulo proibiu a veiculação de propaganda alusiva a tratamento e atendimento precoce ou a kit COVID. A multidão, que se aglomerou em diversos locais do País, defende as posturas do presidente e pede intervenção militar com Bolsonaro no poder. Daqui pra frente é só pra trás.
Débil mental
Foi como o compositor da música Milla, hit dos anos 1990, se referiu ao cantor Netinho, bolsonarista. Manno Góes, que teve a música de sua autoria eternizada na voz de Netinho, afirmou que o desautorizava publicamente a cantar sua música, especialmente em atos a favor do presidente como aconteceu na última semana.
Apoio público
Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro apoiou publicamente, através das redes sociais, os atos antidemocráticos realizados pelo país. Pelo Twitter, postou vídeos e afirmou que estão todos juntos. Ele sobrevoou as manifestações durante mais de trinta minutos em Brasília.
Dia do trabalhador II
Trabalhadores, líderes sindicais e movimentos sociais acompanharam a programação da TVT no Dia do Trabalhador, que contou com falas em defesa da vida, da aceleração da vacinação, de auxílio emergencial de R$ 600, além de diversas apresentações culturais com nomes como Lucy Alves, Chico César e Chico Buarque. É o segundo ano em que as centrais sindicais realizam ato conjunto transmitido online.
Vivi para ver
Vivi para ver o Jornal Nacional dar tamanho destaque à manifestação dos trabalhadores e retransmitir parte da programação exibida na TVT, dando destaques às falas de Fernando Henrique Cardoso, Ciro Gomes, Lula e Dilma Rousseff.
Na Bahia
Depois de tirar foto com placa de CPF cancelado em sua passagem por Manaus, Bolsonaro foi questionado sobre o assunto pela jornalista Driele Veiga, da TV Aratu. A resposta à sua pergunta foi ser xingada de idiota. O Sinjorba, Sindicato dos Jornalistas da Bahia, emitiu nota de repúdio sobre a postura do presidente. Pelo jeito, para Bolsonaro, liberdade de expressão pode, mas de imprensa, não.
Assédio
Por falar em assédio, esse é o tema da live que será promovida na próxima terça-feira (4), às 19h30, no Facebook do Portal Firminas. A conversa, que terá esta colunista como anfitriã, será com a jornalista Janaina Garcia, do Coletivo Jornalistas contra o assédio.
Nem na Nigéria
A lista de países que proibiram visitantes brasileiros não pára de aumentar. Agora, nem na Nigéria os brasileiros podem ir. A pandemia só consegue estar pior no mundo na Índia, que vive um drama ainda mais difícil.
Volta às comissões
O PL 504/20, em tramitação na Alesp, recebeu emenda da deputada Érica Malunguinho. Originalmente o projeto de lei tratava da proibição de propaganda com pessoas LGBT para não expor as crianças a “práticas inadequadas” ou “má influência”. Com a emenda da deputada, a expressão referente a pessoas LGBT foi substituída por propagandas que contenham sexo, drogas ou violência. Com a mudança, ele volta para as comissões.