Fogo no parquinho: política para o cérebro que virou purê

É isso mesmo. Se você acha que seu cérebro já cozinhou e virou purê de batata nesse País, essa é a coluna ideal para você. Aqui tá tudo mastigadinho e temperado com um pouquinho de acidez e deboche. Os fatos da política brasileira dessa semana, pra pensar e tirar suas próprias conclusões. Ou não.

A semana teve muito entretenimento com a CPI da COVID-19 e já deu para perceber algumas coisas interessantes: 1- o governo brasileiro não tinha intenção de vacinar ninguém; 2 – o governo brasileiro queria ser um case para o mundo sobre o uso massivo da cloroquina em pacientes do vírus; 3 – o governo brasileiro acreditava em imunização de rebanho.

E assim chegamos a 430 mil mortos na pandemia. E contando.

Corre, Forrest

Carla Zambelli bate boca na Senado. Foto: print de vídeo

Após um depoimento claramente cara de pau, contraditório e provavelmente mentiroso na CPI, conhecido ex-ministro do governo Bolsonaro foi ameaçado de ser preso por falso testemunho. Ao receber a notícia, a deputada Carla Zambelli saiu correndo da Câmara, tal qual Forrest Gump e brotou no Senado para chamar o feito à ordem e defender o colega bolsonarista. Poderiam ter aproveitado e já colhido o depoimento dela por suas falas negacionistas.

Incapaz de governar

Datafolha divulgou pesquisa que mostra que 58% da população considera Bolsonaro incapaz de presidir o Brasil. Já faz um ano que, nos levantamentos do Datafolha, o presidente tem percentual de avaliação que o considera inapto (58%) superior à parcela que o considera apto a governar (38%).

Baixa aprovação

A avaliação positiva do presidente é de 24%, a pior do mandato até o momento. Dilma e Collor tinham, respectivamente, 8 e 9% de aprovação quando sofreram impeachment. O que será que vem primeiro: impeachment ou eleição? E se for eleição, será que os brasileiros reelegerão um fatídico (não comprovadamente) genocida?

Até a Janaina sabe

Em 2018, Janaina Paschoal ainda não era deputada pelo PSL-SP. Naquele ano, segundo ela, por questões familiares, não aceitou convite para ser vice na chapa de Bolsonaro. Essa semana, em entrevista ao UOL, ela reconheceu que, se fosse vice dele, tinha medo de sair na tapa com o presidente e que às vezes tem vontade de dar um “chacoalhão” no mandatário do País. A gente também.

Benny Briolli é a 1ª mulher trans vereadora em Niterói. Foto: Arquivo pessoal

LGBTfobia

Benny Briolli, primeira vereadora trans eleita em Niterói (PSOL-RJ), decidiu deixar o país por pelo menos 15 dias, em virtude das recentes ameaças à sua integridade física que vem sofrendo. A vereadora vem recebendo e-mails e comentários LGBTfóbicos de pessoas que inclusive ameaçam tirar sua vida, demonstrando que possuem o endereço e outras informações sensíveis da parlamentar. Benny foi a quinta candidata mais votada na última eleição para a Câmara de Niterói.

LGBTfobia II

O Brasil é o País que mais mata travestis e transsexuais no mundo. Benny pode escolher se licenciar presencialmente e realizar suas atividades à distância. Ela tem condições de tomar essa decisão. E quanto a toda a população LGBT que não pode sair do País e precisa conviver com o preconceito diariamente? Algum dia será possível conviver com respeito e harmonia entre seres humanos, com a diversidade que temos e compreensão de que podemos dividir o mesmo mundo?

Covas

Após muito tempo convivendo com um câncer, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB-SP), faleceu neste domingo (16). Covas foi um prefeito que investiu para oferecer segurança às mulheres vítimas de violência doméstica, com a implantação, por exemplo, da Casa da Mulher Brasileira na Capital. Ele estava em seu segundo mandato.

Ricardo quem?

Ricardo Nunes (MDB-SP). É o vice que assume no lugar de Bruno Covas. Outrora vereador, durante a campanha da prefeitura no ano passado, uma matéria da Folha de São Paulo mostrou que Nunes tinha sido denunciado em 2011 pela própria esposa, por… violência doméstica. Depois ambos disseram que era só mal entendido.

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