Nove sugestões gratuitas com informação e cultura no mês de junho

Um guia cultural variado com ciência, cidadania, maturidade, saúde, informação, denúncia, desconstrução e ancestralidade

O mês de junho reserva programas, exibições e eventos instigantes como opções de conhecimento e distração. Dicas e atividades que podem ser apreciadas virtualmente e, para quem está no Rio de Janeiro, um evento presencial incrível: a homenagem emocionante à trajetória de Nise da Silveira, que será realizada de acordo com os protocolos de segurança neste período de pandemia. Quem é de outras cidades pode  acompanhar por meio da tour virtual.

NISE DA SILVEIRA – A REVOLUÇÃO PELO AFETO

Até 16 de agosto: NISE DA SILVEIRA – A REVOLUÇÃO PELO AFETO, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Reúne obras do Museu de Imagens do Inconsciente

Em cartaz de 9 de junho a 16 de agosto, a exposição “Nise da Silveira – A revolução pelo afeto” ocupa três salas do CCBB Rio de Janeiro. As 90 obras expostas integram o acervo do Museu de Imagens do Inconsciente com uma grande coleção que reúne 400 mil trabalhos, um mergulho na ciência que dialoga com a arte.

Filha única do jornalista Faustino Magalhães da Silveira e da pianista Maria Lídia da Silveira, Nise da Silveira também foi a única mulher em uma turma de 157 rapazes, na Faculdade de Medicina da Bahia, que nem tinha banheiro feminino, entre 1921 e 1926.

Ela nasceu em Maceió, Alagoas, em 1905. Logo depois de se formar,  perdeu o pai e foi morar no Rio de Janeiro. Trabalhou no Hospital da Praia Vermelha e viveu até os 94 anos.

Na exposição física do CCBB RJ, há criações de artistas como Carlos Pertuis, Adelina Gomes, Emygdio de Barros e Carlos Paixão, ao lado de peças que referem a esse universo, a exemplo de obras criadas por Lygia Clark e Zé Carlos Garcia, fotografias de Alice Brill, Rogério Reis e Rafael Bqueer, vídeos de Leon Hirzsman e Tiago Sant’Ana e aquarelas e fotos de Carlos Vergara. Também será disponibilizado um tour virtual.Para aquisição de ingressos para a visitação agendada com os protocolos  COVID-19 em vigor:  https://www.eventim.com.br/artist/nise-silveira/

Ciclo de Debates Lutas Antirracistas, Antipatriarcais e o projeto popular para o Brasil

Entre 10 e 24 de junho: Ciclo de Debates Lutas Antirracistas, Antipatriarcais e o Projeto Popular para o Brasil

Um Ciclo de Debates virtuais com a proposta de ser uma introdução aos estudos feministas e antirracistas à luz do debate sobre a formação social brasileira, abordando as estruturas do patriarcado, do racismo, assim como as lutas sociais e o projeto político que enfrentam essas determinações. Organizado pela Escola Nacional Paulo Freire e pelo Levante Popular da Juventude, em 3 encontros virtuais entre os dias 10 e 24 de junho de 2021, totalizando 6 horas/aula. 

Para receber as ementas de cada encontro e o link de participação: https://bit.ly/3xaJBNb  

Aquelas – uma dieta para caber no mundo – Manada Teatro

13, domingo, 19h : “Aquelas – uma dieta para caber no mundo” – Grupo Manada Teatro (CE), na semana #EmcasacomSesc 

Com as atrizes Juliana Veras e Monique Cardoso, direção de Murillo Ramos, o espetáculo na noite de domingo, 13, traz a trágica história de Maria de Bil, santa popular da cidade de Várzea Alegre (CE), assassinada em 1926 pelo companheiro, transformada em mártir e, até hoje, ícone de devoção do povo da região. 

A peça mistura a história da santa e as pessoalidades das intérpretes, o público também é convidado a participar do preparo de um indigesto jantar envolvendo facas, carne, sangue e outros elementos, oferecidos à mesa com os corpos das próprias artistas. A encenação delicada e cruel apresenta, por meio de quadros performativos, um caleidoscópio das diversas formas de violência de uma sociedade machista.

Transmissão no perfil SescSP – #EmcasacomSesc: https://bit.ly/3ivdYKb

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15/06, 19 horas: Envelhecimentos invisibilizados, violências estruturais no Sesc Carmo virtual

A série de encontros propõe a reflexão sobre as violências produzidas pelas organizações e estruturas políticas da sociedade brasileira, assim como, das crenças e atitudes que ampliam a deslegitimação/marginalização das pessoas idosas.

Nesse primeiro, em 15 de junho, o tema é Violência estrutural & dados históricos da realidade brasileira. Velho é seu preconceito! Um panorama histórico sobre os índices e as consequências da violência estrutural nas experiências e possibilidades de um envelhecimento ativo e saudável. Será que é garantido a todos os brasileiros o direito de chegar à velhice com dignidade? Quanto as desigualdades e dificuldades de acesso a bens e serviços impactam ao longo de todo processo de envelhecimento?

Realizadores: Maria Cecília de Souza Minayo, Karen Elise de Campos e Felipe Borges Inscrições de 07/06 às 14h até 14/06 às 23:59 h, selecionar SESC Carmo https://inscricoes.sescsp.org.br/online/#/inscricao

4 mulheres encontram 4 poetas

Sexta, 18 de junho, tem Quarteto em dobro: 4 mulheres encontram 4 Poetas

A segunda edição do encontro “Quarteto em dobro” traz quatro mulheres – escritoras, professoras, tradutoras – para falar sobre quatro poetas icônicas do século XX. Uma mistura de sarau e palestra com Ayelén Medail, Carmen Faustino, Maria Carolina Casati e Valentina Cantori. Elas lêem poemas, indicam livros e apresentam aspectos da vida e obra de quatro poetas fundamentais: Conceição Evaristo (Brasil), Tula Pilar Ferreira (Brasil), Alfonsina Storni (Argentina) e Amelia Rosselli (Itália).

As artistas trazem e mostram histórias com a proposta da desconstrução da ideia de existência de um “cânone literário” masculino: o cânone não é masculino, apenas maliciosamente mal apresentado. Grandes escritoras estão presentes por todos os gêneros literários, instauradoras de novas formas e desestabilizadoras de padrões hegemônicos.

Durante a noite de 18 de junho, das 19h30 até 21h30, no YouTube acesso por meio de cadastro no https://bit.ly/2SqY3Sm

Mulheres na Ciência #2

25 de junho, 15 horas: Divulgação Científica é o tema da segunda edição do evento “Mulheres Ciência”

25 de junho tem a segunda edição do evento Mulheres na Ciência – promovido pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o State Innovation Center, com a proposta de popularizar o acesso à pesquisa e desmistificar o que se relaciona a mulher que atua em âmbito científico. 

Luíza Caires (Jornal USP), Viviane Alves (ICB UFMG) e Marina Andrade (Pint of Science MG) são as convidadas do painel e irão debater os desafios da Divulgação Científica no país, desde a curadoria dos informativos, veiculação e credibilidade do conteúdo, até a formação de um público crítico e questionador das notícias falsas, considerando, sobretudo, os espaços que são bons exemplos neste quesito.Para assistir no dia 25 de junho, às 15 horas : https://www.sympla.com.br/mulheres-na-ciencia-2-divulgacao-cientifica__1238632

28 de junho, 19h: Religiões Afro-brasileiras e Pandemia

Oficina no Instituto Pretos Novos, em 28 de junho, com Daniela Calvo que explica as respostas à pandemia nas religiões afro-brasileiras, analisando as diferentes ações realizadas por pais e mães de santo e associações das religiões afro-brasileiras, quais a RENAFRO- Saúde, a AFROBRAS e a IDAFRO. O objetivo é estabelecer conexões entre as formas em que a pandemia foi enfrentada e interpretada nas religiões afro-brasileiras, a visão de mundo e a concepção da saúde, e a atuação dos terreiros em âmbito social, ecológico e médico.

Sobre Daniela Calvo: Ela é Mestre em Antropologia Cultural e Etnologia pela Universidade de Torino (Itália), Doutora em Ciências Sociais pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Doutora em Matemática pela Universidade de Pisa (Itália). Atua principalmente nos seguintes temas: candomblé e saúde; cosmologia, noção de pessoa e relação com a natureza no candomblé; tarantismo e neo-tarantismo no Sul da Itália; culto de Maria Lionza na Venezuela

Para se inscrever gratuitamente: https://www.sympla.com.br/religioes-afro-brasileiras-e-pandemia-prof-daniela-calvo__1209820

29 de junho, 19 horas: A construção da Memória e do Patrimônio Cultural

Com a vivência do “conhecer para preservar”, em 29 de junho, Maria Cristina Vereza Lodi  apresenta a primeira oficina do Instituto Pretos Novos voltada para a comunidade da Região Portuária. Por meio dos conceitos básicos de memória, partindo da memória individual e sua socialização, para a noção de memória coletiva e memória cultural, base para a constituição de um patrimônio cultural. Exercícios básicos de educação patrimonial para com que os participantes internalizem as noções fundamentais de memória e patrimônio Cultural e se reconheçam como parte dele.

Sobre Maria Cristina Vereza Lodi –  Especialista em Patrimônio Cultural, atual diretora do Projeto de Cooperação Internacional – UNESCO e Secretaria Municipal de Cultura do Rio, para o desenvolvimento de estudos e projetos para a Gestão Compartilhada do Cais do Valongo e o Museu de Território- MUHCAB.Para participar, em 29 de junho, às 19 horas é preciso se cadastrar em: https://www.sympla.com.br/a-construcao-da-memoria-e-do-patrimonio-cultural-prof-maria-cristina__1209844

À Meia Luz Na Pele

Até quatro de julho, 23h59: São Paulo também tem exposição presencial que mostra a violência contra mulher

A exibição fotográfica “À Meia Luz Na Pele”, que aborda a violência contra a mulher com ênfase em relacionamentos abusivos, fica em cartaz até quatro de julho na Estação Santa Cecília do Metrô. O projeto é fruto de uma pesquisa iniciada em 2018 pela atriz e produtora Chica Portugal. O conteúdo foi desenvolvido em parceria com o fotógrafo Milton Galvani, e expõe, por meio de projeções, frases informativas e de conscientização estampadas na pele de mulheres, sobre os tipos de violência que se tornaram comuns na sociedade – física, moral, psicológica, sexual ou patrimonial.

Uma apresentação que não retrata somente os exemplos de relacionamentos abusivos, mas também sobre o agravamento dos casos de feminicídio, das diferenças de gênero e do crescimento da violência doméstica, temas recorrentes no Brasil e em evidência crescente no isolamento social em decorrência da pandemia do novo Coronavírus. 

O público ainda tem acesso a QRCodes com vídeos e áudios com depoimentos reais de mulheres que viveram experiências de abuso e crônicas sobre a temática.

O Coletivo ‘À Meia Luz’ nasceu a partir de uma pesquisa da atriz e produtora Chica Portugal sobre relacionamentos abusivos, iniciada em 2018. Durante esse trabalho, Chica colheu depoimentos de mais de 100 mulheres vítimas de violência de várias partes do Brasil e fora do país. Além das exposições, o ‘Projeto À Meia Luz’ tem o espetáculo ‘Cartas da Prisão’ – monólogo sobre as vivências de mulheres vítimas de violência – lançou um site (www.projetoameialuz.com.br) e uma Cartilha Digital com conteúdo informativo sobre violência contra a mulher. Instagram: @ameialuz.projeto e Facebook: www.facebook.com/ameialuz.projeto