Mulheres nas olimpíadas contra a sexualização dos uniformes

Atitude das ginastas alemãs provocou o debate sobre o machismo e as mulheres nas olimpíadas, quando o assunto é o que elas devem usar nas quadras

Atletas alemãs

Tóquio 2020 ficou marcada pelo posicionamento de muitas atletas, sinais que a nossa sociedade está mudando e o esporte terá que acompanhar os novos tempos. Claro que nem tudo são flores, sabemos muito bem da nossa luta diante do machismo, mas pelo que depender das atletas, temos um time forte de mulheres em prol do feminismo.

As ginastas alemãs, pela Elisabete Seitz, se apresentaram de macacão. Permitido pelas regras da competição, já foi usado por questões religiosas. Pela primeira vez foi vestido em prol feminista, contra a sexualização dos uniformes das mulheres.

Isso não significa que não queremos mais usar o collant normal. É uma decisão tomada dia a dia, com base no que sentimos e no que queremos. No dia da competição, decidiremos o que vestir”, disse Seitz.

As ginastas brasileiras também apoiaram as alemãs.

“Isso está sendo uma conquista enorme para as mulheres… A conquista delas é a nossa conquista”, disse a medalhista olímpica Rebeca Andrade.

É uma vitória das mulheres. A gente veio trabalhando não só de hoje, mas durante anos. É uma vitória para a gente também”, completou a ginasta brasileira Flavia Saraiva.

Uniformes de atletas homens e atletas mulheres

Quando falamos de uniformes femininos logo lembramos dos biquínis do vôlei de praia e do handebol. Para a atleta do vôlei de praia Carol Solberg “usar ou não biquíni no vôlei de praia deveria ser uma escolha. A obrigatoriedade é machismo”.

Se uma atleta não se sente confortável de biquini, ela não pode usar um short ou um biquini maior, porque tem regras para o tamanho da peça.

“… acho ruim você estar dentro de quadra e se sentir desconfortável. Têm meninas que não gostam de estar de biquíni, deveria ser uma escolha. Vejo machismo nisso. Acham que as mulheres de biquini tão mais audiência”, disse Solberg.

Quando as temperaturas estão baixas, é o juiz que decide se está frio o suficiente para as atletas substituírem os biquínis pelo traje de frio.

“Os homens não precisam jogar de sunga, jogam de short, camisa. Querer ter esse olhar para o corpo da mulher, me incomoda. Deveria ser uma questão de opção individual e não algo imposto e obrigatório”, conclui a atleta do vôlei de praia.

 A atitude das ginastas alemãs fomentou o debate sobre a sexualização dos uniformes femininos, que continuemos a falar sobre isso até que as regras mudem.

“Queremos mostrar que todas as mulheres, qualquer uma, devem decidir o que usar”, conclui Elisabeth

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