Fogo no Parquinho: política ao molho de quem pisa no tomate

Foram retiradas de pelo menos 24 questões da prova do Enem 2021 para ele ficar mais a cara do governo
Fogo no parquinho: às vésperas da primeira etapa do Enem 2021, cerca de 37 servidores do Inep pediram demissão alegando fragilidade administrativa do órgão. Imagem: divulgação

Estudantes de todo o País fizeram a prova do Enem, que, segundo o presidente Jair Bolsonaro, tem “a cara do governo”. Vem repercutindo denúncia de que o governo federal teria exigido a retirada de pelo menos 24 questões da prova e que o presidente em pessoa teria pedido a substituição do termo “Golpe de 1964” para “revolução de 1964” em questões que tratassem da ditadura militar brasileira.

Pelo menos 37 servidores do Inep, que elabora as provas, pediram demissão esse mês, alegando fragilidade administrativa do órgão. O governo federal continua pisando no tomate, como tem sido desde o início da gestão Bolsonaro. Um governo despreparado, que tem se prestado ao contínuo desserviço de desinformar a população brasileira.

Bolsonaro nunca mais

Mulheres de todo o País deverão ir às ruas no dia 4 de dezembro para o ato Bolsonaro Nunca Mais, que está sendo organizado pelos movimentos de mulheres e feministas por meio das entidades sindicais e partidos de esquerda.

Por que ir para a rua dia 4/12?

A vida de todos os brasileiros ficou mais difícil com esse governo e a pandemia, mas especialmente as mulheres tiveram que abandonar os empregos por conta da dimensão do cuidado de outros familiares vítimas da COVID, bem como as mães foram afetadas diretamente com a queda na renda familiar, trazendo a sombra da fome para suas casas.

Meia entrada para mulheres

Mulheres poderão pagar meia entrada em casas de shows, zoológicos, cinemas, parques de diversão e eventos culturais de modo geral. Porém, só no dia 8 de março. Um projeto sobre o assunto foi aprovado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados. A autora é a deputada federal Rosangela Gomes (Republicanos-RJ).

Cultura o ano inteiro

O PL da deputada deverá tramitar em outras comissões ainda. Porém, por melhor que possa soar a ideia de meia entrada no Dia Internacional da Mulher, parece ainda melhor pleitear o acesso das mulheres a bons eventos culturais o ano inteiro. Uma coisa não anula a outra, sabe-se, porém, o que é prioridade?

Riscos do feminicídio

Campanha do governo federal quer mostrar os sinais que levam ao feminicídio. A campanha visa fomentar a cultura de denúncia à violência contra a mulher. Nos últimos quatro meses, o Disque 180 recebeu cerca de 94 mil denúncias nesse sentido. Se você é mulher e está sendo vítima de violência, não vacile, denuncie.

16 dias de ativismo

No Brasil, as movimentações para os 16 Dias de Ativismo contra a Violência à Mulher começa mais cedo, com o Dia da Consciência Negra, 20/11. As atividades já começaram em vários locais do País e a ONU Brasil promove, em 29/11, Dia Internacional das Mulheres Defensoras de Direitos Humanos, o evento online “Juntos e Juntas para pôr fim à Violência contra Mulheres Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”.

Dimensões da violência

Durante o evento da ONU Brasil, que acontecerá no YouTube da organização, a partir das 15h do dia 29, serão apresentados os resultados do estudo “Dimensões da violência contra mulheres defensoras de direitos humanos no Brasil”. A campanha desse ano pede a união pelo fim da violência contra as mulheres até 2030.

Cadastro Nacional

Um PL aprovado pelo Senado Federal institui o Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Violência contra a Mulher. O projeto, de autoria da senadora Kátia Abreu (PP-GO), prevê um banco de dados de autores de crimes de feminicídio, estupro e violência doméstica e familiar contra a mulher. A pessoa que tiver cometido o crime só será integrada ao banco de dados se houver condenação transitada em julgado e o acesso só será possível a agentes de segurança pública. O PL ainda será votado na Câmara dos Deputados.

Faltou sororidade

A discussão por tempo de fala na Câmara de Vereadores de São Paulo chegou a agressões físicas durante a votação da Reforma da Previdência do município. E entre duas colegas do Partido Novo. A vereadora Cris Monteiro agrediu a colega de bancada Janaina Lima. Faltou respeito à colega do próprio partido e sororidade em relação a compreender a divisão de tempo de fala. É preciso aprender que enquanto as mulheres brigam, os homens se unem em suas agendas.

Sem linguagem neutra

Aprovado na Câmara Municipal de João Pessoa (PB), um projeto da vereadora Eliza Virgínia (PP-PB) proíbe o uso de linguagem neutra nas escolas da capital paraibana. A vereadora argumenta que a linguagem poderia tornar mais difícil a aprendizagem de pessoas com deficiência. O que torna mais difícil é construir uma sociedade mais justa e inclusiva com pessoas de visão limitada dessa maneira.

Sem alcance no Instagram

Aliás, a própria vereadora paraibana Eliza Virgínia teve o alcance de seu Instagram restringido por publicar continuamente vídeos e conteúdos relacionados a fake news ou contrários à vacinação. Não é possível mais mencionar o Instagram da vereadora em publicações na rede. Não dá para sentir pena.

Tagged: , ,