Meninas negras estrelam editorial sobre empoderamento feminino
Garotas foram fotografadas como princesas africanas contemporâneas para evidenciar a importância da representatividade
No Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, o Portal Pretinhas e a organização do evento Pretinhas da Brasilândia divulgou editorial com quatro meninas negras da Zona Norte de São Paulo (SP), que foram fotografadas como princesinhas africanas contemporâneas. O editorial foi fotografado em 11 de março, durante a primeira edição do Pretinhas da Brasilândia, na Fábrica de Cultura do distrito.
“É muito importante para a criança preta ter referências desde sua infância para a valorização da autoestima como imagens em livros, revistas, comerciais e outras mídias, pois assim ela percebe o seu poder e que pode estar onde ela quiser e assim mudar a sociedade”, destaca Vilma Queiroz, idealizadora e produtora executiva do evento.
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“Nós queremos através desse editorial construir imagens lúdicas, porém reais, de princesas africanas. Imagens que alimentam a imaginação das nossas crianças no que diz respeito à riqueza da cultura africana e à valorização de seus corpos como crianças pretas”, declara a figurinista e diretora artística do editorial, Japhete Ozias, que é de Benim.
As meninas foram fotografadas como princesas africanas contemporâneas. Rebeca Ventura Lima, 15 anos, usou um figurino que remete à uma princesa meiga que tem uma grande paixão pelos têxteis artesanais africanos. “Ela só se veste com tecidos e roupas feitos à mão pelos artesãos têxteis do seu povo. Ela desenha e cria suas roupas se inspirando nas artes têxteis artesanais do seu povo. Ela representa o futuro feliz e utópico da moda africana do continente e da diáspora”, conta a diretora artística do editorial, Japhete Ozias.
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Samira Helena Ese Cole Okosun, 4 anos, usou um figurino que remete à personagem de uma princesa que tem como maior símbolo de beleza, a sua alegria e o seu sorriso. A roupa de Rhianny de Souza Elias, 14 anos, remete à uma princesa dançarina, cuja dança favorita é o ndombolo, dança originária do Congo. Ela traz essa dança pro seu contexto de princesa preta da diáspora junto com outras danças secundárias que têm influenciado o seu repertório de princesa dançarina.
Por fim, Laura Victoria da Silva Soares, 8 anos, usou um figurino que remete a uma princesa meiga que ama as cores vivas e tem como maior símbolo a sua elegância colorida.