Nunca mais!

Obras que expõem a atrocidade e o sofrimento no período da ditadura
Histórias da luta corajosa de mulheres por justiça aos familiares mortos pela ditadura

Olhar e entender o passado recente do Brasil é fundamental para não cair em erros e contribuir para uma sociedade igualitária, com dignidade e educação para todos. Para saber mais, há conteúdos disponíveis em meios físicos ou digitais com documentos sobre a violência que muitas pessoas passaram na resistência por um país livre de gestores repressores e pela democracia. Muitas vítimas que aguentaram muita dor por meio de ações de comandantes perversos e tamanha crueldade merece repúdio e não honraria. Em destaque, a coragem e persistência de mulheres submetidas às piores torturas físicas e emocionais, que perderam as suas vidas.

Obra da cineasta Lúcia Murat

“Luta Substantivo Feminino: Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura”(Tatiana Merlino e Igor Ojeda, editora Caros Amigos). Publicado em 2010, mostra a história de 45 mulheres assassinadas ou que sumiram durante o período de 1964 até 1982 no Brasil, além de outras 27 sobreviventes que também foram presas e torturadas. Cada capítulo é um perfil de mulher e também fatos históricos importantes: o Golpe de 1964, a Guerrilha do Araguaia, a abertura ao fim da ditadura. Há depoimentos com situações brutais vivenciadas por elas (estupro, partos, abortos) e muita dor. A publicação faz parte do relatório “Direito à memória e à verdade”, gratuito online.

Lançado logo no início da Pandemia, em março de 2020, “Heroínas desta História – Mulheres em busca de justiça por familiares mortos pela ditadura”, realização do Instituto Vladimir Herzog (IVH) e organizado por Carla Borges e Tatiana Merlino. A obra traz 15 perfis de mães, esposas, viúvas, filhas, irmãs em diversas regiões do país e profissões (operárias, advogadas, donas de casa, professoras): Ana Dias, Angela Mendes de Almeida, Carolina Rewaptu, Clara Charf, Clarice Herzog, Crimeia Schmidt de Almeida, Damaris Lucena, Diana Piló de Oliveira, Egle Vannucchi Leme, Elizabeth Teixeira, Elzita Santa Cruz, Eunice Paiva, Ilda Martins da Silva, Maria José Araújo e Marli Pereira. O livro é o primeiro em homenagem a essas mulheres corajosas, que lutaram por justiça e terá outros volumes com novas retratadas como explicam na apresentação: “Vem coroar o desejo de se colocar a serviço da preservação da memória do nosso passado recente para não permitir que as mesmas atrocidades se repitam.”

A resistência no cinema com as obras de Lúcia Murat, militante, viveu na clandestinidade, foi presa política e torturada (Destacamento de Operações e Informações – DOI-Codi). Por meio da ficção expressa a violência, traz o protagonismo feminino, angústias, experiência, memórias com o tema político, classes sociais, repressão e ditadura militar em filmes como: “Que bom te ver viva” (1989), “Quase dois irmãos” (2004), “Uma longa viagem”(2012) e “A memória que me contam” (2013).

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