Brasil rural e o desafio das mulheres: análise inédita sobre gênero e a questão agrária no País

Estudo sobre o Brasil rural e gênero é o primeiro de uma série de seis textos que serão publicados, mensalmente, pela parceria ABRA e FES

abacaxi na plantação
Live de lançamento irá abordar os desafios das mulheres no campo

Por ocasião do Dia do Trabalhador Rural e da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Associação Brasileira para Reforma Agrária (ABRA) e a Fundação Friedrich-Ebert-Stiftung Brasil (FES Brasil) lançam, no próximo dia 22, análise inédita sobre gênero e a questão agrária, em debate online, às 19h, com transmissão ao vivo pelo canal de Youtube da FES Brasil. Intitulado Gênero e questão agrária: desafio das mulheres no Brasil rural, a conversa tem a participação da arquiteta Karla Hora, doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural e professora da Universidade Federal de Góias; da agrônoma Miriam Nobre, mestre pelo Programa de Estudos em Integração da América Latina (USP) e integrante da SOF – Sempreviva Organização Feminista; e da socióloga Andrea Butto, doutora em Sociologia e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco. O encontro virtual será mediado pela geógrafa Yamila Goldfarb que, atualmente, desenvolve pesquisas relacionadas à violação dos Direitos Humanos e ao poder de grandes corporações em diversos setores como biossegurança, saúde, comunicação e agricultura.

O estudo sobre o Brasil rural e gênero é o primeiro de uma série de seis textos que serão publicados, mensalmente, até novembro, na biblioteca virtual da FES Brasil. A publicação faz uma avaliação do último Censo Agropecuário, de 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a situação das mulheres rurais, que, em 2015, totalizavam 15 milhões de pessoas no Brasil. De acordo com o censo, cerca de 770 mil mulheres têm acesso à terra, representando 19,7% dos estabelecimentos de agricultura familiar no país.

Live será no dia 22, às 19h. Imagem: Divulgação

“As mulheres rurais utilizam menos agrotóxicos em suas plantações, pois estão comprometidas com a segurança alimentar e nutrição, a promoção da saúde e bem-estar da família, garantindo a produção de alimentos saudáveis e de uma agricultura sustentável”, explica a agrônoma Miriam Nobre.

Debate sobre a mulher rural

O avanço da pandemia do COVID-19 evidenciou desigualdades e vulnerabilidades sociais no campo e reacendeu o debate sobre mulheres rurais. A agricultura familiar foi incluída como público beneficiário do auxílio emergencial, em agosto de 2020, pela Lei nº 14.048, fruto da mobilização popular e da atuação dos parlamentares da oposição. 

A análise da ABRA e da FES Brasil mostra que ”os indicadores usualmente utilizados para representar e comparar o mundo do trabalho e a riqueza produzida não consideram as mulheres como sujeitos econômicos e sociais ativos. É necessário readequar esses indicadores, tais como os recentes esforços para medir o uso do tempo, aferindo as atividades de cuidados e trabalho doméstico”.

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